Espaço PET - TELE

Boletim Informativo do Programa Especial de Treinamento do Curso de Engenharia de
Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ
Número 5 - Abril, Maio e Junho 2000


Depois de um longo tempo fora do ar (praticamente um ano!), o Boletim do PET-Tele está de volta... e com muito trabalho pela frente!

Podemos começar divulgando o Ciclo de Palestras de Telecomunicações que será realizado a partir de abril, através de um conjunto de palestras muito interessantes.

E, ainda, recebemos quatro novos petianos em nossa casa, são eles: Diana, Flávia, Rafael e Silviane. Já estamos com inscrições a serem abertas para uma nova seleção, portanto fiquem atentos!


Neste número:


PET: "Depois da CUT, o 'sindicato' mais organizado do Brasil

  Enquanto tenta sobreviver, PET discute no Rio integração entre diferentes grupos e áreas do conhecimento.

  Após realizar cortes e desmontar a infra-estrutura de acompanhamento do Programa Especial de Treinamento, a CAPES, anunciou o fim do PET para de 1999. A atitude não pôde ser considerada totalmente inesperada, tanto pelo ambiente atual de cortes de bolsas no país, em diferentes níveis, como pelo fato de que os cortes no programa vieram mesmo depois de resultados altamente positivos nos processos de avaliação aos quais o PET foi submetido. A última avaliação, externa à CAPES, concluiu que "O Programa Especial de Treinamento (PET) é uma das iniciativas mais consistentes e produtivas no sentido de estimular os estudantes e melhorar a qualidade de ensino de graduação no país (...). O PET é um programa complexo e completo e não pode ser avaliado apenas pelo número de pessoas que atinge diretamente...". Outras conclusões foram que ele" (...) promoveu a integração dos estudantes com a instituição universitária ,(...) é o único programa institucional voltado para a graduação, para a interdisciplinaridade e para o trabalho de grupo (...) e demonstrou ser fundamental para ações voltadas para a comunidade, particularmente aquelas ligadas ao ensino básico com projetos integrados entre universidades e prefeituras"*.

  Apesar da insistência, a Capes parece não conseguir ir muito longe com seu objetivo de extinção do programa (decisão no mínimo discutível e passível de interpretações nada animadoras para o desenvolvimento educacional brasileiro). Inúmeros atos, reportagens na mídia, moções de apoio de entidades, e discursos de políticos vêm ocorrendo desde então, talvez motivando membros da CAPES a dizer que, "depois da CUT, o PET é o 'sindicato' mais organizado do país". Desde julho, no Encontro Nacional de Grupos PET (ENAPET-RS, paralelo ao encontro anual da SBPC**) até hoje, o que viu-se foi uma contínua desmoralização dos representantes do Governo, motivada não só pela falta de argumentos, como pela falta de respeito tanto para com integrantes do programa como para com aqueles interessados na clareza dos fatos, chegando ao ponto de não comparecer a uma audiência pública, convocada pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, quando da manifestação que levou mais de 700 integrantes do programa a Brasília.

  Atualmente tudo indica que o programa está garantido para 2000, graças à pressão de integrantes do PET sobre os congressistas; com organização e conteúdo nas reivindicações, conseguiu-se que o Congresso Nacional "interferisse" na decisão, através de emenda ao orçamento da União e da formação de uma comissão composta por integrantes do programa, Parlamentares e membros do Executivo.

  Ao mesmo tempo que atitudes são tomadas para a continuidade do programa, ações também são realizadas em todo Brasil no sentido da sua melhoria. O III INTERPETs Rio, realizado em 12/11/99 na UFF abordou o tema INTEGRAÇÃO, discutindo possíveis formas de aproximar grupos e diferentes áreas do conhecimento, tendo em vista, dentre outros aspectos, a importância (hoje ressaltada até mesmo no mercado de trabalho) da interdisciplinaridade. Participaram os grupos Engenharia de Telecomunicações UFF, Engenharia Mecânica UFF, Geografia UFF, Economia UFF, Engenharia Civil UFRJ, Farmácia UFRJ e Odontologia UFRJ, e foram abordados diversos temas, tanto na apresentação de trabalhos quanto no "fórum de idéias", que já integram ou que podem gerar futuras atividades comuns entre grupos, tais como: Alimentos Transgênicos, Geoprocessamento, Alfabetização de Adultos e Treinamento em Informática (estes em andamento. com participação do PET TELE), Futebol de Robôs, Reciclagem de Lixo, discussão de questões relativas à Universidade, atividades conjuntas com entidades estudantis (por consenso, sem envolvimento de partidos políticos), dentre outras.

  O PET-TELE vem participando ativamente das atividades atuais de integração dos grupos da UFF. Neste primeiro momento, as atividades - que são abertas a todos os universitários*** - têm sido focadas na extensão da Universidade para a sociedade, buscando sempre parcerias com entidades privadas e, principalmente, com diferentes esferas do poder público, uma vez que entendemos que este fundamento básico da Universidade não tem recebido a devida atenção, tendo um potencial fantástico na melhoria de nossa sociedade. Esperamos que, num futuro próximo, a idéia de integração de grupos e diferentes áreas se transforme em projetos concretos - sejam eles com base na pesquisa, no ensino, ou na extensão - , que rendam frutos não só para seus participantes, mas para a Universidade e a sociedade como um todo, até mesmo para que a importância do programa seja percebida em maior escala e se afaste de vez o "fantasma" da extinção do PET.

* 31 de outubro de 1999, Folha de S. Paulo - Tiros no próprio pé (MARILENA CHAUI, professora do departamento de filosofia da USP)

** Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

*** Entre em contato com um grupo PET para maiores informações

Maiores informações sobre a situação do PET em http://raimundos.inf.ufsm.br/pet-reage

Luiz Arthur Silva de Faria

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Novas vagas para o PET-Tele

Fiquem atentos! Vem aí a nova seleção de bolsistas para o grupo PET-Tele!

  Pré-requisitos:

  A divulgação das datas para inscrições será feita brevemente.

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Universidade também é Extensão

  Sempre ouvimos que a Universidade é sustentada por três pilares: o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Porém, na prática, a impressão que se tem é a de que a Extensão está sempre colocada em um nível inferior de prioridade. Este aparente "descompromisso" da Universidade com o retorno do investimento de toda a sociedade em benefício de nós, comunidade acadêmica, não é sentido apenas pelos universitários de diferentes graduações que vêm participando das atividades de extensão iniciadas pela Atividade Integração PETs UFF; professores com os quais viemos lidando no curso das atividades também percebem que tais atividades são muitas vezes frutos de esforços isolados, e que faltam mecanismos de incentivo a uma atuação mais incisiva da comunidade acadêmica em atividades de Extensão.

  Os grupos PET da UFF vêm contribuindo para a melhoria da Universidade, ao promover atividades contínuas, viáveis, interdisciplinares, com participação crescente de Universitários e sempre que possível usando o conceito de multiplicação do conhecimento. Essas são as bases das atividades desenvolvidas na Integração PETs UFF, independente de seu tema específico, mas tendo em comum a melhoria da Universidade, em diferentes níveis. As atividades em andamento* atuam particularmente no âmbito da Extensão, mantendo a filosofia descrita. Essa "preferência" inicial da integração dos PETs pela difusão do conhecimento para fora da Universidade baseia-se na percepção do imenso potencial "desperdiçado" com a tímida participação da Universidade - e dos universitários em especial - como uma das forças capazes de melhorar nossa sociedade.

  É com essa percepção que estamos nos dedicando à ampliação das atividades atuais, com parcerias junto a iniciativa privada e, principalmente, junto ao poder Público - Estado e Município. É necessário que a Universidade - e os universitários - articulem-se com o poder Público de forma coerente com uma de suas funções, que é a Extensão. Não é razoável assistir, isolados nas ilhas de conhecimento que são as Universidades, a problemas diversos de nossa sociedade tomarem proporções caóticas, quando os mesmos podem ser solucionados com a contribuição fundamental da comunidade acadêmica.

Se você quer participar das atividades de extensão em andamento, escreva para larthur@nthink.com.br. Universidade e sociedade agradecem.

* Alfabetização de Adultos (Projeto Vivendo e Aprendendo) e Treinamento em Informática para Multiplicadores de Conhecimento (TIMC)

Luiz Arthur Silva de Faria

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Ciclo de Palestras de Telecomunicações

  O PET-Tele promoverá na a partir de abril um Ciclo de Palestras de Telecomunicações da UFF, com a participação de vários professores do curso de Eng. de Telecomunicações. E, a partir dessas palestras, de acordo com o interesse dos alunos, iniciaremos grupos de estudo, sob supervisão de professores do departamento.

  Objetivos:

  Organização:

  Responsáveis: Aline e Renata.

  Inscrição: Secretaria do Departamento de Telecomunicações

  Local e horários: A serem divulgados oportunamente em murais e salas de aula.

  Alguns temas propostos:

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Carta Aberta: Primeiras impressões de um bolsista

Caros Colegas:

  Ao ingressar na universidade, sempre tive a preocupação e o interesse em investir o máximo possível em atividades que contribuíssem para minha formação acadêmica. Creio que esta seja a preocupação de muitos.
  Para que alcancemos tal objetivo é imprescindível, na minha opinião, a participação em atividades extracurriculares que favoreçam também a integração no mercado profissional.
  Estou muito satisfeita por participar do PET de Telecomunicações, pois passei a ter, de forma mais direcionada, a oportunidade de participar de diversas atividades que estão contribuindo para minha formação.
  Mas o PET-Tele vai muito além. Sua estrutura e compromissos têm me incentivado e ampliado minha visão sobre aspectos não só acadêmicos, mas também sociais e profissionais.
  Apesar de estar a pouco tempo participando do programa, minhas expectativas são as melhores possíveis, no sentido de trabalhar e também 'receber' tudo que o PET-Tele poderá me proporcionar.
  Espero, através desta palavra, incentivar outras pessoas a participar das diversas atividades que a Universidade pode oferecer. E o PET é uma delas!

Atenciosamente,
Silviane Cristina Andrade
(Nova integrante do PET-Tele)

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Artigos

Empresas brasileiras começam a investir em redes corporativas de alta velocidade

  Quem acompanha a evolução da área de telecomunicações já deve ter ouvido milhares de vezes (sem exagero) duas palavras "mágicas": banda larga e a integração de voz e dados na rede corporativa. Será que as empresas vão mesmo investir em redes de banda larga? A resposta é sim, e o aumento da capacidade de tráfego das redes está entre as prioridades das corporações. É o que mostra a pesquisa do instituto americano Yankee Group sobre o mercado brasileiro.

  A pesquisa faz um raio-x das redes corporativas do país e aponta as principais mudanças, que deverão ocorrer até 2001 com os efeitos pós-privatização do setor de telecomunicações. Na área de serviços de voz e dados para empresas, a competição é cada vez maior com a chegada de novos operadores. E isto é apenas o começo. A falta de infra-estrutura é grande no país e, por isso, os serviços são caros e deixam a desejar em relação à qualidade. Quer um exemplo? Para adquirir uma conexão entre o Brasil e os Estados Unidos, as corporações gastam entre 50 000 e 60 000 dólares mensais. Já nos Estados Unidos, um link entre Washington (EUA) e Londres (Inglaterra) custa cerca de 5 000 dólares, ou seja, o preço é quase dez vezes menor.

  Confira alguns dos principais resultados da pesquisa de âmbito mundial baseada em mais de 10 000 questionários enviados e 200 grandes empresas só no Brasil. Em média, as empresas gastam 1,18 milhão de dólares em serviços de voz e dados e 424,7 mil dólares com a compra de equipamentos. Um dos resultados não deixa dúvidas de que a rede de banda larga é a bola da vez para o mercado corporativo. A construção de redes de alta capacidade de tráfego de dados é a prioridade número 1, com 81,3% dos votos de 80% dos entrevistados.

  Em segundo lugar, os gerentes de tecnologia de informação (TI) e telecomunicações elegeram o upgrade de hardware e software com 68%. No terceiro item, está a integração de voz e dados na rede, com 60%. A vantagem é a redução de custos de despesas com comunicação, que pode chegar a 60%.

  O estudo também procura desvendar quais são as maiores barreiras das empresas na migração do tráfego corporativo para a Internet: 35% apontaram a falta de segurança (o que não é nenhuma novidade), mas 40% acreditam que a situação deverá mudar em dois anos. Na lista de problemas, os resultados só confirmam o que todos já estão cansados de saber: performance imprevisível e baixa confiabilidade também incomodam os usuários corporativos.

  Um dado surpreendeu os analistas. Apesar do universo incluir grandes empresas, 3% ainda não têm acesso à infovia. Qual será o futuro dessas companhias que resistem em cair na rede?

  E quem já instalou sua intranet? Muitas empresas garantem estar investindo na Internet corporativa, porém os projetos parecem estar engavetados. Pouco mais da metade (57%) já desenvolveu o projeto, 36% pretendem fazê-lo no período de um a dois anos e 7% em mais de dois anos. Volto a ressaltar, o universo é de grandes empresas. No mercado americano, mais de 90% dos entrevistados já possuem intranet.

  Quando a questão é a instalação das extranets, conclui-se que a moda ainda não pegou. Apenas 18% das entrevistadas já instalaram sua extranet. Mais da metade (59%) tem planos de construí-la no período de um a dois anos e 15% preferem esperar mais de dois anos. Nos EUA, 35% já são usuárias de extranet.

  Na pesquisa, ficou claro que as empresas brasileiras têm que vencer barreiras culturais para diversificar o leque de aplicações em suas redes. Uma coisa é certa: mais de 50% das companhias gostariam de contratar links mais velozes para o tráfego de informações. A questão é o preço elevado. Mas o cenário começa a mudar: uma conexão de 2 megabits/segundo que custava em torno de 7 000 dólares, hoje sai por 2 600 dólares. A queda maior deverá acontecer a partir do próximo ano.

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Porque a Iridium quebrou

  O fracasso do serviço, que consumiu tanto investimento, traz lições que devem sempre ser lembradas

  Tenho pensado bastante na Iridium desde que um repórter me perguntou se pessoas inteligentes podem tomar decisões tão equivocadas. Ele queria saber se desastres como o da Iridium acontecem com freqüência.

  Boa pergunta. A Iridium é uma "joint venture" que quebrou recentemente. Foi fundada pela Motorola no final dos anos 80 para montar una redede 66 satélites de órbita alta, de modo a oferecer serviços de telefonia móvel a qualquer lugar do mundo, mesmo em países em desenvolvimento e regiões de difícil acesso. A Iridium até hoje já investiu cerca de US$ 5 bilhões no projeto.

  Algumas respostas: primeiro, sabemos que as inovações podem demorar décadas para serem comercializadas e que neste percurso podem surgir vencedores e perdedores. Quanto maior o tempo necessário, maiores as incertezas, pois muita coisa pode acontecer entre o laboratório e o mercado. Mesmo quando a tecnologia funciona, podem surgir muitas alternativas, além de que as necessidades dos clientes também podem mudar radicalmente. A lição: quanto menos tempo um produto demora para chegar ao mercado, menor será a incerteza, sobretudo em um mercado onde a tecnologia evolui tão rapidamente.

  Segundo, sabemos que algumas inovações pedem fortes investimentos em infra-estrutura para chegar à viabilidade. Quanto mais infra-estrutura é necessária, maior será a incerteza quanto ao sucesso, especialmente se os ativos servem apenas para a idéia original. A lição: diminuir os requisitos de infra-estrutura, distribuir o risco de investimento e incrementar a flexibilidade dos ativos (por exemplo, dependendo mais do software do que do hardware) pode diminuir a probabilidade de um desastre estratégico e financeiro.

  Terceiro, sabemos que alguns produtos substitutos cedo ou tarde ameaçam a maioria dos negócios. Às vezes eles vêm de indústrias diferentes e são difíceis de serem detectadas. O Pony Express foi uma idéia excelente, mas a ferrovia e o telégrafo a tornaram obsoleta em cerca de um ano, mesmo sendo necessário enormes investimentos em infra-estrutura. O automóvel acabou com os negócios das empresas de carruagens, apesar de demandar muitos anos para seu aperfeiçoamento e muito investimento em fábricas, estradas e postos de gasolina. A lição: avalie amplamente os substitutos potenciais.

  Se há muitas alternativas possíveis, o investimento pode ser perigoso.

  Mesmo os "especialistas" têm dificuldade para tomar as decisões adequadas. Os consultores da Arthur D. Little disseram após a Segunda Guerra Mundial que haveria demanda para apenas uma dúzia de computadores em todo o mundo. Deixaram de prever os avanços na tecnologia de circuitos (que resultaram em incríveis melhorias em custos, preços e confiabilidade), como foi o caso do transistor, que já existia nos laboratórios Bell da AT&T. Outros consultores descartaram a máquina copiadora da Xerox nos anos 50 porque era cara. Não levaram em conta o preço módico de cada cópia, o aluguel das máquinas e nem o sucesso arrebatador da fotocópia. A RCA investiu (mal) centenas de milhões de dólares nas décadas de 60 e 70 no seu "video disc", que perdeu para a tecnologia do videocassete.

  Mais recentemente, a Microsoft gastou bilhões de dólares no Microsoft Network original, um sistema proprietário não baseado em Internet que tinha o propósito de competir com a AOL. Bill Gates habilmente mudou de rumo quando se deu conta do erro, mas logo saberemos se os investimentos nos satélites Teledesic terão êxito. A Teledesic é uma rede de sofisticados satélites de órbita alta com o objetivo de levar a Internet a dispositivos sem fio. O desenvolvimento deste sistema também consumiu anos de desenvolvimento e enfrenta uma forte concorrência e alternativas mais simples.

  Voltando à Iridium: desde o início já estavam presentes todas as características de um fracasso potencial. O pessoal da Motorola sabia que seria preciso 10 ou mais anos para implementar o sistema, além de grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, assim como infra-estrutura.

  A Motorola encontrou sócios, porém o planejamento, desenho, financiamento, construção, implementação e depuração do sistema consumiu mais tempo e dinheiro do que o esperado. Por outro lado, o serviço hoje é caro e inferior às alternativas mais baratas, como os novos telefones celulares e as comunicações por Internet. O serviço da Iridium nem sequer funciona dentro dos prédios e nem oferece serviços de dados.

  Não surpreende então que conte com apenas 20 mil clientes, em vez dos 600 mil "previstos" para 1999. Produzir uma nova geração de satélites é complicado. A quebra não era inevitável, mas não surpreende.

Michael Cusumano, Computerworld, EUA

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Celulares pré-pagos: Vende-se mais, lucra-se menos

  As operadoras celulares estão preocupadas como a forma como estão sendo utilizados os celulares pré-pagos. E estão descontentes, pois esse serviço que começou com um grande impulso de vendas e promessa de grandes negócios, tornou-se um problema: vende mais terminais que o pós-pago, mas a rentabilidade é menor. Ocorre que os usuários utilizam o aparelho mais para receber chamadas, evitando originá-las, o que certamente não traz lucro para as empresas, que vendem poucos créditos. A situação se agrava porque já há empresas em que o pré-pago representa 70% do conjunto de clientes.

  Devido a esse problema a ACEL (entidade que reúne as operadoras celulares) está questionando a Anatel sobre a forma em que vem sendo utilizado o celular pré-pago e reclamando junto à Anatel que os usuários fazem muita ligação a cobrar e pede que a Anatel tome uma providência.

  O problema é o que realmente a Anatel poderá fazer para reverter a situação ?

  O problema é que eles oferecem a possibilidade das classes D e E de adquirirem o "sonho de consumo" de ter um celular. Dão todas as vantagens e não medem esforços para que essa massa consumidora compre. Depois então de vendido esses celulares o sonho se concretiza e tudo estaria resolvido. Mas acontece que estamos em um país onde as diferenças sociais são enormes e estão muito além de se ter um celular na cintura como prova de ascensão social.

  Então, o que acontece é que essa massa consumidora só fazem receber ligação ou no máximo fazer ligações a cobrar Agora provocando um efeito colateral indesejado de aumentar o tráfego para as operadoras de telefone fixo. E pedem providências à Anatel.

  O que o nosso "Órgão Regulador" poderá fazer, neste caso?

  E isso e apenas uma amostra do que pode ocorrer com o WLL nas áreas de baixa rentabilidade se não for adquirido um sistema que seja compatível com as condições sócio-econômicas do local onde de irá implantar.


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