Informativo dos Grupos PET da UFF
Engenharia Mecânica Geografia Economia Engenharia de Telecomunicações
Número Um - Jul 1999
Neste Número:
O Programa Especial de Treinamento (PET) é destinado a grupos de alunos que demonstrem potencial, interesse e habilidades destacadas em cursos de graduação reconhecidos pelo Conselho Nacional de Educação. O PET é integrado por grupos tutoriais de aprendizagem, e busca propiciar aos alunos, sob a orientação de um tutor, condições para realização de atividades extra-curriculares que favoreçam sua formação acadêmica tanto para a integração no mercado profissional como para o desenvolvimento de estudos em programas de pós-graduação. As atividades extra-curriculares que compõem o Programa tem como objetivo garantir a formação global do aluno; desta maneira o Programa constitui-se em uma modalidade de investimento acadêmico em cursos de graduação que tem sérios compromissos epistemológicos, pedagógicos, éticos e sociais. Assim, a médio e longo prazos, a CAPES espera fomentar a formação de profissionais de nível superior, que sejam capazes de uma atuação no sentido da transformação da realidade nacional.
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Dois projetos em andamento mobilizam Grupos PET, Escola de Serviço Social, NEPHU (Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos), Oficina do Saber e CCDIA (Centro de Cooperação para o Desenvolvimento da Infância e Adolescência)
Há um ano (junho de 1998), no número zero do Integração, relatávamos as atividades e discussões ocorridas no recém realizado I Encontro de Grupos PET da UFF, que reuniu os grupos PET da UFF (Economia, Engenharia Mecânica, Engenharia de Telecomunicações e Geografia). Também convocávamos os integrantes dos grupos para que sugerissem formas de caminharmos para uma integração constante entre os PETs, através de atividades concretas.
Uma questão bastante abordada no encontro foi "o que nós podíamos fazer de concreto a respeito dos diversos problemas de nossa sociedade, além de discuti-los". Aqui vale lembrar que o PET "... tem sérios compromissos sociais..." segundo seu próprio documento "Orientações Básicas" (1995); talvez por isso tenha ganho força, em reuniões pós encontro, a intenção de que nesta fase da Atividade Integração PETs UFF implementássemos projetos que ao mesmo tempo integrassem os grupos e fossem voltados para atender demandas sociais, retornando à sociedade - fora dos "muros" da Universidade - parte do que por ela é investido em nós.
A partir daí, integrantes dos diferentes grupos têm ido em busca de viabilizar tais atividades, objetivando que elas, além de terem este "fundamento", sejam viáveis ("formatando-as" de modo que permitam a participação de universitários com o desejo de integrar-se a elas) e contínuas (não sendo pontuais e, se possível, utilizando a filosofia da multiplicação de conhecimento).
Na busca pela concretização de tais atividades, surgiram dois projetos que, apesar de diferirem quanto aos caminhos de implementação, retratam fielmente nossos propósitos iniciais. São eles, o Treinamento em Informática para Multiplicadores do Conhecimento e a Alfabetização de Adultos. Estes projetos estão em andamento, mobilizando graduandos, pós-graduandos e profissionais formados que, a princípio, nada tem a ver com o PET, mas que identificaram-se com os projetos, colocando em prática uma integração que começou há um ano. Isto nos deixa a certeza, principalmente num momento em que estamos nos aproximando de uma "reformulação" do Programa Especial de Treinamento, de que a integração dos Grupos PET, não sendo limitada a eles, pode ser um caminho com imensas possibilidades de dar certo.
Luiz Arthur S. Faria
PET Eng. Telecomunicações
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Esta atividade tem como origem, além da iniciativa da Atividade Integração dos PETs da UFF, a experiência do Prof. Dr. Altair Souza de Assis (Departamento de Matemática) em projetos sociais, tanto através do Projeto de Extensão da UFF Oficina do Saber como pelo Centro de Cooperação para o Desenvolvimento da Infância e Adolescência (CCDIA).
O CCDIA desenvolve e apóia projetos com comunidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Rio de Janeiro, dentre os quais um curso de alfabetização de adultos. A parceria com o CCDIA está desenvolvendo-se no âmbito da capacitação dos alunos-instrutores da UFF, ou seja, através de mini-cursos, são passadas aos alunos da UFF técnicas e metodologias de alfabetização de adultos, baseadas na experiência da instituição.
As aulas serão às terças e quintas das 19 às 21h e aos sábados, das 09 às 11h, sendo o tempo de aula dividido entre Matemática, Conhecimentos Gerais e Linguagem. Será dado um enfoque principal à realidade dos alunos, aplicando-se os conceitos das disciplinas à situações vividas por eles, como forma de estimular o aprendizado.
A AEFE (Associação de Ex-alunos da Fluminense de Engenharia) manifestou, através de seu presidente Wainer da Silveira e Silva, a intenção de apoio no que for preciso referente à infra-estrutura para o projeto. Este tem início dia 29 de junho, com previsão de duração de um ano, sendo suas aulas dadas nos campi do Valonguinho (terças e quintas) e Praia Vermelha (sábados).
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O primeiro contato com a Escola de Serviço Social (ESS) deu-se por intermédio da professora Mirian Eugenia R. P. Barbejat (Coordenadora do Curso de Engenharia Mecânica). Diversos modelos de atividade foram então analisados conjuntamente com a ESS, até chegarmos ao TIMC.
O projeto é decorrente da iniciativa da Atividade de Integração PETs UFF e das reivindicações das comunidades atendidas. Serão desenvolvidas atividades de treinamento em informática para pessoas criteriosamente selecionadas (futuros monitores) pela Escola de Serviço Social (UFF) em conjunto com o PET, "no âmbito" da Atividade Integração PETs UFF, e as Associações de Moradores das comunidades carentes.
Os cursos são compostos de Introdução à Informática, Windows 95 ou 98, Word 97 e Excel 97, tendo duração de dois meses. Vale ressaltar que há um acompanhamento intensivo dos professores (alunos da UFF com experiência em Informática, que denominamos de alunos instrutores) aos futuros monitores, sendo que há um aluno instrutor para cada 2 monitores, assim como para cada microcomputador.
Para participarem do Projeto, as comunidades assumem o compromisso em repassar os conhecimentos adquiridos. Este repasse de conhecimento será feito pelos monitores capacitados na Universidade pelos alunos-instrutores da UFF, e se dará na própria comunidade, em laboratórios a serem montados em parceria com o poder público e/ou privado, e que permanecerão no local para futuras atividades.
A montagem dos laboratórios nas comunidades servirá certamente de embrião para projetos futuros de interesse das mesmas. Esta semente (os laboratórios), assim como a própria capacitação de pessoas através da introdução da "cultura do repasse de conhecimento" nas comunidades, será fruto de um "esforço mínimo" da Universidade enquanto Instituição; mas pode, e trabalhamos para que isto ocorra, ser de fundamental importância na vida destas localidades e na dos moradores envolvidos no Projeto.
O Projeto tem portanto promissoras possibilidades, por um lado pela atuação da Universidade junto a comunidades com baixos níveis de instrução, de forma prática e organizada, instruindo e estimulando o crescimento tanto individual como em conjunto dos moradores - apresentando a estas localidades formas concretas de multiplicar o conhecimento adquirido. Por outro lado, não menos promissoras são as perspectivas oriundas da integração de "setores" da Universidade como: a Atividade Integração PETs UFF; a Escola de Serviço Social, área capacitada academicamente para desenvolver ações em comunidades carentes; e o NEPHU (Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos), que tem como objetivo o atendimento de demandas destas comunidades, prestando serviços inclusive de assessoria a essas comunidades nos processos de organização, capacitação, participação e gestão de projetos sociais.
No dia 26 de junho foi realizada a última aula do primeiro curso, onde foram capacitados 12 monitores da comunidade de Vila Albano, em Jacarepaguá. Está em processo de adiantada negociação a concretização do laboratório desta comunidade, através de contato da ESS com o poder público e a iniciativa privada.
Está também em curso a aprovação do TIMC como projeto de extensão oficial da UFF. Como consta nele, estão previstos ainda dois curso para o ano de 1999.
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A inteligência é praticamente inútil, para quem só tem a ela. Por isso que, junto a ela temos a sensibilidade e o poder da coerência para optar pela forma mais proveitosa (viável) e mais próxima de nossos objetivos.
Na verdade a idéia de fomentar uma simples integração dos Grupos Pets (Programa Especial de Treinamento) da UFF foi satisfatoriamente superada, no sentido de melhorada (qualitativamente), sobretudo pela energia contagiante dos membros, idealizadores, organizadores e participantes do projeto (Integração) - que em nenhum momento desistiram ou titubearam, mesmo com a emergência de obstáculos, percalços e até com a ausência de apoio; nesse sentido, vale ressaltar que a Equipe Integração se confunde com as próprias atividades de integração, e graças a sua fortaleza de ideais e sua centrada perseverança o Projeto Integração está caminhando de modo certeiro no que tange o cumprimento de seus objetivos propostos e interessantes não só para o PET em si, mas como para a própria Universidade; já que no seio de nossos objetivos está a mudança do paradigma reinante na "Universidade de hoje" em detrimento da "Universidade de amanhã", uma Universidade mais solidária, mais comprometida com as demandas sociais, que consiga minimizar os defeitos maximizando as virtudes, que expanda conhecimentos e elimine fronteiras (sobretudo as "políticas"), oferecendo mais opções de trabalho para seus prodígios - e sabendo de modo mais preciso "encaixá-los" em Projetos "mais adequados" para ambas as partes, que suas políticasde manejo e planejamentos enfoquem cada vez mais o perfil acadêmico compromissado com a pesquisa e o desenvolvimento científico e não enceleirado aos desejos comerciais, enfim - sendo assim mais respeitada e melhor aproveitada. O Projeto Integração é um dos vários "módulos" em funcionamento hoje na Universidade que, "de alguma forma", buscam isso - claro que em seu "particular espectro de ação", dessa maneira achamos que esses tipos de iniciativas são de fundamental importância para a reciclagem, no sentido de renovação da Universidade, e de seus "conceitos"; dentre os nossos objetivos, destaca-se a base de todos: melhorar para evoluir, mesmo que para tanto tenhamos que mudar; tal objetivo certamente nos move também, com seriedade e humildade, a encarar (participando, opinando, construindo) hoje uma Universidade, e de algum modo o Projeto Integração acaba por cristalizar isto, o que vem a promover uma grande afinidade entre a Equipe e o Projeto Integração; o que é de extrema valia para a continuidade da Integração nossa e do próprio Projeto.
Para chegar ao fim das coisas, o primeiro passo é julgá-las possíveis. Pois, em última análise, o importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre.
Por isso, não fique a toa: ATUE.
Por Newton Junior (graduando de Geografia e Membro do PET)
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Os alunos da UFF que atuam nos projetos, integrantes ou não dos PETs, certamente têm muito a ganhar e a crescer, em diferentes aspectos. Além da experiência "específica" em ser "instrutor" em um dos cursos (informática e alfabetização), o próprio processo de concepção dos projetos, feita em conjunto por estudantes de diversas áreas do conhecimento (portanto, com diferentes visões) levando em conta a viabilidade, é um elemento que serve de aprendizado prático, exercitando nos participantes diversas habilidades, dentre elas o trabalho em grupo - peça fundamental em qualquer profissão hoje em dia.
Luiz Arthur S. Faria, PET Eng. Telecomunicações
Este tipo de trabalho deixa de ser uma obrigação das áreas humanas e passa a ser uma responsabilidade de todos, desde o momento em que décadas de administração irresponsável e corrupção institucional culminaram em uma situação crítica de desemprego e completo descaso com aquele que deveria ser nosso foco principal, o ser humano.
A Universidade Pública precisa mais do que nunca "abrir seus olhos" para a situação político-social que vivemos se quiser sobreviver. E é através de atividades como as realizadas no projetos da Integração dos PETs que podemos conquistar a opinião pública.
Precisamos reafirmar um dos papéis da Universidade Pública, que é servir ao povo, e nada melhor que um grupo como o PET para tomar a iniciativa.
Como aluno de uma Universidade Pública e membro da sociedade estou certo da importância da mobilização, mas não da mobilização infrutífera de ficar meses sem aulas. Não é minha intenção dar respostas a este problema, e confesso, não seria capaz. Precisamos por em debate este ponto que é vital para nossa sobrevivência como alunos.
Alan Teixeira de Figueiredo, Engenharia de Telecomunicações
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O Programa Especial de Treinamento possibilita desenvolver o espírito crítico e auto-crítico do aluno de graduação, futuro profissional, que é motivado a refletir sobre a sua missão na sociedade. Este aluno tem que saber responder, ou ao menos se familiarizar, com a seguinte pergunta: "Utilizando o máximo das habilidades, técnicas ou não técnicas, que já adquiri, qual deverá ser a minha contribuição para a sociedade?". Refletir sobre esta questão, é compreender que para atender bem à sociedade, o profissional tem que, antes de tudo, atender aos seus ideais, às suas necessidades materiais e emocionais e às suas vocações, enfim tem que se sentir realizado.
A sociedade civil, que inclui o próprio profissional, possui a expectativa de mudanças, não apenas de cunho tecnológico, mas fundamentalmente comportamentais. Estas mudanças poderão possibilitar a solução de muitos problemas sociais, fontes contundentes de preocupação de toda a sociedade.
Entendendo que a sociedade começa no indivíduo, e que a Universidade tem a obrigação de preparar este indivíduo, somente resta uma questão: "Como fazê-lo?". Neste sentindo torna-se bastante adequada a utilização de projetos de integração entre os diferentes Programas Especiais de Treinamento da Universidade. A atividade Ensino de Informática para Comunidades Carentes vem respondendo a esta questão obtendo resultados muito promissores.
Esta atividade, de cunho social, vem sendo desenvolvida a partir da integração dos grupos PET da UFF, a saber: Economia, Engenharia Mecânica, Engenharia de Telecomunicações e Geografia. Em 1998 quando da realização do I Encontro de Grupos PET da UFF, os alunos destacaram a importância de retornar para a sociedade algo mais do que seu conhecimento específico ao final da graduação. Assim se organizaram junto aos especialistas da Escola de Serviço Social nesta ação conjunta, na qual os petianos passaram a aplicar os conhecimentos de informática adquiridos no decorrer do curso, auxiliando pessoas que não puderam ter o mesmo acesso ao ensino. É uma atividade na qual grupos-líderes de comunidades carentes recebem treinamento em informática básica e possuem a função de disseminar tais conhecimentos para os demais pares de sua comunidade. Este projeto será realizado continuamente de acordo com a existência de comunidades identificadas pela Escola de Serviço Social compromissadas com o repasse do conhecimento adquirido.
Os resultados obtidos vêm demonstrando que não é difícil responder à questão de como fazer para cumprir a missão maior de todo cidadão perante a sociedade. Basta muita vontade e especialmente sensibilidade.
Fabiana Rodrigues Leta
Tutora do PET-Engenharia Mecânica
Universidade Federal Fluminense
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Altair Souza de Assis (1)
Cristiane Vilela Fernandes (2)
Alan Teixeira de Figueiredo (11)
Ana Tereza da Silva Coelho (14)
Ana Paula da Silva Martins (12)
Felícia Figueiredo Cunha (12)
Davis Arboleda de Sales (8)
Flávia do E. S. Freitas (10)
Luiz Arthur Silva de Faria (9)
Marcos Paulo (13)
Newton Souza Costa Júnior (7)
Ronaldo Soares Maciel (11)
Sheila Souza Ferreira (10)
Viviane Barros de Oliveira (7)
Eloisa Rodrigues dos Santos (3)
Eloísa Helena B. Freire (4)
Fabiana Rodrigues Leta (5)
Maria das Graças O. P. Lustosa (6)
Diana Diniz Castro
Márcia dos Santos Magalhães
Maria Carla P. Marinelli
Verônica de Oliveira Souto (10)
Alan Teixeira de Figueiredo (11)
Davis Arboleda de Sales (8)
Gabriel da Matta (8)
Gustavo Latorre (8)
Luiz Antônio Pereira Madeira (15)
Luiz Arthur Silva de Faria (9)
Newton Souza Costa Júnior (7)
(1) Professor do Departamento de Matemática/Projeto Oficina do Saber/Presidente
do CCDIA
(2) Professora do CCDIA
(3) Assistente Social - NEPHU
(4) NEPHU
(5) Tutora do PET de Eng. Mecânica
(6) Prof. Esc de Serviço Social
(7) PET Geografia
(8) PET de Engenharia Mecânica
(9) PET de Eng. Telecomunicações
(10) Estagiária de Serviço Social
(11) Eng. Telecomunicações
(12) Engenharia Civil
(13) Arquitetura
(14) Psicóloga
(15) Eng. de Produção (mestrando)
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